Um pouco sobre a minha transição capilar

29 de março de 2017

Desde pequena eu comecei a criar complexo comigo mesma, principalmente com o meu cabelo, achava ele volumoso demais e não curtia isso. Lembro dos apelidos que davam pra quem tinha cabelo volumoso e me sentia culpada por isso. Nas mídias, só existiam cabelos lisos e dava a entender que o cacheado/crespo era o errado, não tinha um cabelo que me representasse, sabe?!

Não lembro que idade eu tinha, mas quando eu era criança, vivia indo na cabeleireira pra elas fazerem um relaxamento, pra "abaixar o volume", aquele papo de sempre. Eu lembro que nunca dava certo, parecia que quanto mais ela relaxava, mais volumoso ele ficava e eu não aguentava isso, porque não gostava de volume.

Até que prestes há fazer quinze anos, conversei com a minha mãe e pedi pra fazer uma selagem no meu cabelo (deixa o cabelo liso e abaixa o volume). No começo ficou a coisa mais linda, não vou negar. Era grande e escorrido e eu adorava isso. Vários elogios, várias fotos do cabelo e assim vai. Mas essa selagem dura cerca de dois a três meses e com o tempo o cabelo vai "voltando", sabe? Daí tem que retocar. E eu ia lá e retocava. Só que da mesma forma, depois de lavar o cabelo, eu tinha que ir lá e fazer chapinha, ou seja, era escrava da chapinha.


Já fiquei sem lavar o cabelo por vários dias, porque depois de lavar, tinha que fazer a chapinha. A minha desculpa por usar cabelo liso era: "eu acho crespo bonito, mas dá muito trabalho e em mim não fica bom" OI? TUDO BOM? Logo eu, que todos os domingos ficava presa no quarto, quente pra caramba, fazendo chapinha, só pra agradar os outros. Lembro dessas cenas nitidamente. 

A última fez que fiz essa selagem foi no ano de 2015, pra minha formatura. Preciso confessar que nesse mesmo ano, já tava pensando em assumir os meus cachos, mas não tinha coragem. Eu tinha medo, muito medo do que os outros iam achar do meu cabelo ou algo do tipo. E quando eu fiz essa selagem, não ficou a mesma coisa das outras vezes e eu mesma pensei: "depois da formatura, não vou mais fazer chapinha" dito e feito. Já que eu ia me formar e não ia mais ver as mesmas pessoas ~risos~ eu pensei, por que não?

Comecei a minha transição em Janeiro de 2016. Parei de alisar o meu cabelo, não aguentava mais ser escrava da chapinha. No começo foi muito difícil, eu só usava ele preso, fiquei cerca de quatro meses com ele grande e sem nenhuma química, até que em Maio de 2016, resolvi cortar ele e começar a cuidar de verdade. Eu tinha muito medo de cortar e ficar de cabelo curto, nunca tinha tido cabelo curto. É claro que no início eu não sabia os produtos certos, a gente descobre depois de um tempo e de muitos testes. E como o meu cabelo era bem grande, cortei os 15 cm pra doar e fiquei muito feliz!



E pra quem não sabe, transição capilar é basicamente isso aí! A gente para de usar química no cabelo e deixa ele crescer naturalmente. Hoje em dia, existem muitos canais no Youtube e Blogs com dicas pra quem está voltando aos cachos, então, acaba ficando mais fácil pra gente. 

Outra coisa que eu só fui aceitar no final do ano passado: o meu volume. Mesmo deixando ele crescer naturalmente, eu ainda tinha muita vergonha do meu volume. Só que eu vi tanta, mas tanta gente, principalmente que eu acompanho pela Internet, com um volume lindo pra caramba e pensei "por que EU tenho vergonha de usar ele solto? ele é lindo, bicho" e lá foi eu de cabelo solto pro estágio e pro curso. Me senti tão, mas tão bem, tão livre e feliz. Recebi alguns elogios e é claro que fiquei feliz, mas o que me deixou mais feliz ainda foi o fato de eu ter aceitado como ele realmente é. Vai ter volume sim!

É indescritível o que eu sentia e ainda sinto ao ver os meus cachos crescerem naturalmente. Dá trabalho? É claro que dá. Mas eu sinto muito prazer e fico muito feliz ao cuidar ele. Só quem já passou ou está passando pela transição, sabe o quão gratificante e o quanto que você se sente livre! A gente liga o foda-se para os comentários e começa a se aceitar de verdade. 

Eu sei que depois que assumi os meus cachos, mudou muita coisa em mim e não foi só o meu cabelo. Acho que o que muda na verdade, é no nosso interior. Lidar com duas texturas, não é uma coisa fácil. Lidar com comentários negativos, é pior ainda. Transição é um tempo de mudanças, é como se você estivesse nascendo de novo, sabe? Eu pelo menos me senti assim. Sem sombra de dúvidas, foi uma das melhores decisões que eu já tomei em toda a minha vida.

Tenho muitas inspirações na minha transição capilar e pretendo compartilhar com vocês algumas pessoas que me inspiraram a fazer (e continuar) com a transição. E se vocês quiserem mais posts sobre esse assunto, é só comentar aqui em baixo que eu vou adorar.

Se vocês, assim como eu, já passaram, pensam em passar ou gostam de ler histórias assim, me contem nos comentários o que acharam! Quero muito saber. 

Beijos! 

Meus casais de séries favoritos

17 de março de 2017

Oi gente! Como vocês estão? Espero que todos bem. Eu vou bem, obrigada. Feliz por já ser sexta feira e por não estar mais aquele calor desgraçado. Bom, me contem o que pretendem fazer no final de semana, se você for pegar a pipoca e assistir Netflix, me abraça aí!

Eu sou a louca das séries e a louca dos casais, tudo que é casal eu já tô shippando (pra quem não sabe, o termo shippar vem de relationship, ou seja, quando alguém diz que está shippando, significa que está torcendo pelo casal) e sofrendo junto com eles sim, sou dessas. E hoje, resolvi selecionar alguns casais que eu gosto pra caramba nas séries. É claro que faltou nessa lista vários casais de algumas séries e tem várias que eu shippo muitos casais, mas resolvi selecionar um de cada. Vem ver: 
Rachel e Finn - Glee


Falar sobre eles dói um pouco, sinto um aperto enorme. No começo, fiquei meio assim com os dois juntos, pelo fato de ter uma relação de amor e ódio com a Rachel, mas depois foi só amor. O que eles sentiam um pelo outro era algo tão verdadeiro, que fazia bem pra ambos, uma pena o nosso Quarterback ter ido embora. Foi um casal muito especial, nunca vi igual. É impossível falar deles na série sem lembrar a vida real, me perdoem. Apesar de todos os apesares, foi um casal em que eu aprendi muita coisa e mesmo ele não estando mais entre nós, vai estar sempre em nossos corações. E sem palavras pros duetos!

Tony e Maxxie - Skins


Se existe um otp mais injustiçado que esse, eu desconheço. Logo na primeira temporada, já comecei a shippar por conta de um acontecimento (sem spoilers), e logo depois do (desculpa, olha o spoiler) acidente do Tony, o Maxxie ajuda ele em absolutamente tudo e os dois formariam o casal mais lindo desse mundinho. Eu acho linda a forma de como o Maxxie cuida do Tony e do quanto que ele se sentia seguro perto dele, a meu ver, foi muito mais que uma amizade. Sonhei e fui trouxa, como sempre. 

Isak e Even - Skam


Desde quando comecei a assistir Skam, procurei pela série e só tinha gifs desse casal, que é da terceira temporada, todo mundo enaltecendo e eu já tava louca pra chegar na temporada pra ver se era realmente tudo isso. E GENTE DO CÉU! A gente shippa no primeiro olhar, na primeira fala, é sério. O jeitinho dos dois é tão amor, o jeito de como eles se falam, um rindo pro outro... A forma de como um cuida do outro, amo muito! 

Blair e Chuck - Gossip Girl


Bom, eu não posso falar muito sobre esse casal por motivos de: não terminei a série ainda. Mas se tem um casal que só de ver, eu já me derreto toda, esse casal é a Blair e o Chuck. É um casal bem complicado e bastante competitivo, a gente torce e sofre por eles, não vou mentir. São aquelas duas pessoas que se gostam, mas não querem dar o braço a torcer, sabe? Impossível não amar, fala sério.

Amy e Karma - Faking It


Eu tenho um carinho muito especial por essa série, foi uma das primeiras que eu comecei a acompanhar. Apesar de todos os apesares, Amy e Karma vão ser sempre os meus dengos. Sim, eu sei que a amizade é em primeiro lugar sempre, mas só de ver as cenas das duas juntas, os beijos e abraços, já fico toda boba. É um casal (pode ser só na amizade também) que significa e representa muito! Vocês que são fãs da série, assim como eu, já leram a carta do criador da para os fãs? Se não leram, é só clicar aqui e chorar junto comigo. 

Rae e Finn - My Mad Fat Diary


Eu lembro que no início eu não curtia muito o Finn, mas a Rae também não curtia, então tá tudo bem. Mas depois tudo muda e vira amor, eu adoro as safadezas da Rae, não vou negar. O Finn é o tipo de pessoa que a gente quer guardar dentro de um potinho, sou apaixonada. Mesmo sendo duas pessoas bem diferentes, parecem tão iguais e eles foram feitos um pro outro, sabe? Amo a maneira de como eles se respeitam e toda a história deles juntinhos.

Nomi e Amanita - Sense8


Foi difícil escolher um só casal, mas fiquei com essas duas. Eu amo que a Amanita compreende a Nomi em tudo e tá sempre do lado dela, tanto nos momentos bons como nos ruins, sempre apoiando e respeitando, e isso é recíproco. É um casal que é impossível não gostar e que a gente torce toda hora pra que tudo dê certo e que elas continuem juntas. Elas são muito mais que namoradas, acima de tudo, são grandes amigas. Amo, amo, amo! 
Já viu?

E é isso, meus amores! Quero saber quais são os casais das séries que vocês shippam, será que um desses também é o favorito de vocês? Quero saber, hein.

Beijos. 

6 coisas que eu aprendi com o feminismo

8 de março de 2017
Créditos: Tumblr.
Oi gente! Como vocês estão? Espero que todos bem. Eu vou bem, obrigada. E eu sei que já faz um tempinho, mas quero saber o que vocês fizeram no Carnaval, espero que tenham dormido bastante, já que o próximo feriado é só mês que vem. Agora, o ano definitivamente começou e é isso aí.

Antigamente, eu tinha um pé atrás em relação ao feminismo pelo fato de não entender muito bem e achava besteira. Mas graças a muitas mulheres incríveis que acompanho, fui entender o verdadeiro significado. Pra quem não sabe, feminismo é um movimento social, que luta por equidade de gêneros. Não sou especialista no assunto, acho que a gente aprende um pouquinho a cada dia, mas resolvi listar algumas coisinhas que aprendi desde quando me assumi feminista. Vem ver: 
1. Não tem nada de errado com o meu corpo
Quem me conhece sabe que eu sempre tive alguns problemas com a minha autoestima, não gostava do meu cabelo e me achava magra demais. Depois de conhecer o feminismo e ouvir outras histórias sobre mulheres que também se sentiam insatisfeitas com si mesmo, principalmente pelos comentários alheios e deram a volta por cima, me fez parar com tudo isso. É claro que eu não sou a pessoa mais segura desse mundo, mas comparado há cinco anos atrás, estou muito melhor. Empodere-se! 💫

2. Nós mulheres não somos rivais
Sempre quando eu vejo algum vídeo sobre o feminismo, muitas mulheres falam que eram mais próximas dos homens pelo fato das mulheres terem sempre aquela rivalidade. Comigo nunca foi assim. Eu sempre fui mais próxima das mulheres, lembro que quando criança, eu sempre fui mais próxima das meninas da minha escola e a gente estava sempre juntas, mas é claro que com o tempo, a gente começa a ouvir que temos que ser A MAIS BONITA, A MAIS MAGRA, A MAIS SEXY e assim vai. Só que não. Nós temos que nos unir, porque juntas somos mais fortes. Vamos nos unir, mana! 

3. Estupro não é culpa da vítima
Sempre quando a gente ouve algo sobre uma jovem ou até criança que foi estuprada pelo pai, avô, que seja, tem sempre alguém que comenta algo do tipo "ah, mas olha a roupa que ela estava usando" ou "ela já deu pra todo mundo", e muitas vezes a gente acaba acreditando nisso. E não, meus amores. A culpa nunca é da vítima, se a gente disse NÃO é NÃO, viu? 

Na manifestação Women's March, no dia 21 de Janeiro.
4. Meu corpo, minhas regras
A sociedade fala que não podemos usar roupas muito curtas, porque "estamos pedindo", que é feio mulher sem sutiã e que temos que usar ele porque se não os meninos vão ficar olhando para os nossos peitos, falam que a mulher usa maquiagem pra chamar a atenção ou até mesmo julgam uma mulher que fica com vários homens. Até mesmo os nossos cabelos. Antigamente, cabelo liso era o certo e cacheado/crespo o errado. E ainda bem que isso mudou e hoje em dia muitas mulheres vem assumindo os seus cachos, parando de usar sutiã, usando maquiagem porque elas querem e beijando quem elas bem entenderem. E o melhor de tudo, elas fazem isso por elas, sem a aprovação de ninguém. Afinal, o corpo é MEU e eu faço com ele o que eu quiser, viu?

5. Lugar de mulher é onde ela quiser
Tem gente que diz que lugar de mulher é em casa, cuidando do lar e dos filhos. Só que não. É claro que se ela quer fazer isso por vontade própria, tudo bem, afinal, lugar de mulher é onde ELA quiser, o problema é que a sociedade dita isso como regra. Falam que temos que nos comportar como mocinha, não usar roupa curta ou deixar de jogar futebol, porque não é coisa de menina. Só que nós cansamos e não somos obrigadas a absolutamente nada. 

6. Equidade  igualdade
Algo que defina bem isso é essa imagem. Igualdade é você dar a mesma coisa pra todas as pessoas, independente de como elas são tratadas. Já equidade é você observar as diferenças e tentar comparar essas diferenças e ser justo. Por exemplo, eu tenho dez balas e quero distribuir para cinco pessoas, só que dessas cinco, duas já tem uma bala. Igualdade seria eu dar duas balas para cada uma, sendo que duas delas ficariam com mais balas. Já equidade é eu dar uma bala para as outras pessoas que não tem, que são as outras três. Deu pra entender? 

Feminismo é sobre empoderamento feminino, equidade social, política e econômica entre os gêneros, porque não precisamos garantir os mesmos direitos pros homens, afinal, eles já têm. Para entender melhor, assista esse vídeo ou leia esse post.

Feliz dia da mulher, pra você, pra mim e pra todas nós que somos incríveis e lindas do jeitinho que somos. 💫
Me contem o que vocês já aprenderam com o feminismo e o que vocês acharam do post, vou adorar saber.

Beijos. 
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