Eu sempre
quis falar sobre autoestima e a aceitação do corpo aqui no blog. Mas nunca me
senti preparada pra isso. Não que eu esteja agora. Não que a minha autoestima
seja 100%. Mas ela melhorou de uns anos pra cá. E quero compartilhar um pouco
com vocês.
Eu
sempre, sempre mesmo fui muito magra. Muito magra mesmo. Não igual às modelos
nas capas de revistas. É magrela mesmo. E na minha infância, isso nunca
me incomodou. Eu nem ligava pra isso, afinal, que criança liga?
Mas tem
uma certa fase, em que todas as meninas acabam “ganhando corpo” e isso não
aconteceu comigo, a única coisa que cresceu em mim foi o meu cabelo, risos.
Brincadeiras a parte, mas é a verdade. Lembro de ver todas as minhas colegas
mais encorpadas do que eu. Bem mais. Até que comecei a receber alguns
comentários desnecessários. Alguns
deles são:
- Nossa, você é muito magra! (com uma cara de reprovação).
- Ela não come nada?
- É um palito.
- Tu não pode reclamar de nada, é
magra.
- Como tu faz pra ser tão magra?
- Tu tens que engordar, desse jeito
vai sumir! (e novamente, uma
cara de reprovação).
Claramente eu. |
E depois
de ficar recebendo tantos comentários assim, eu achava que nenhum menino ia
gostar de mim. Toda aquela coisa do início da adolescência. Que ninguém ia me
querer e blábláblá. Lembro que as pessoas pensavam que eu tinha anorexia ou
bulimia. Esqueci de comentar que eu sou “chata pra comer”, então, tudo somou e
as pessoas “concluíam” isso. E era muito chato.
Eu já
deixei de usar vários shorts por ter a perna muito fina. Já fiquei pensando “já
que roupa preta emagrece, não vou usar” ou “preciso usar roupas largas” apesar
de hoje em dia, adorar camisetas largas e não largar a minha calça preta.
Uma vez,
eu fiz um trabalho sobre anorexia (eu queria falar mais sobre e também
da Anahi, que vocês sabem que eu sou fã), e o meu maior medo era das pessoas
comentarem algo diretamente pra mim. Até que uma ex-colega minha comentou,
“Cuidado pra não ficar assim.” E aquilo me marcou tanto. Não só aquilo. Uma vez
uns cachorros estavam latindo pra mim e pra umas ex-colegas e uma ainda
comentou “ah, não te preocupa Amanda, cachorro gosta de carne”. E essa é outra
cena que eu lembro nitidamente. Eu chorei muito. Muito mesmo. E a partir daí,
eu vi o quão maldoso as pessoas podem ser e que eu não posso ficar triste ou
chorar por um comentário tão desnecessário.
E eu sei
muito bem que acontece o oposto. Meninas mais gordinhas sendo criticadas por
não serem as modelos das capas de revistas. Até mesmo as baixinhas, as mais
altas e assim vai. Sei o quão difícil é e que ninguém gosta de receber algum
comentário maldoso relacionado à nossa aparência, por mais que isso não
importe, não é nada fácil.
Por isso,
é sempre bom a gente cuidar com o que a gente fala. Tem vezes que eu sou meio
sem filtro e me sinto mal depois. Tem
gente que vive só de aparência. Que
precisa falar dos outros pra preencher o vazio que tá dentro. Eu sei que é
fácil falar que não se importa ou que aquilo não afeta nada... Mas na prática,
não é tão fácil assim.
Aqueles
comentários me afetaram muito. E eu sei que pra alguns, isso pode parecer mais
um drama. Mas pra mim não é. É sempre bom a gente se colocar no lugar dos
outros, sei que às vezes não é fácil, mas é sempre bom tentar. Eu sei que todo
mundo fala isso, mas é a verdade: se
for pra mudar alguma coisa, mude por você, jamais pelos outros.
Hoje em
dia, eu me sinto mais segura. E como eu disse antes, não é 100%, mas quem é,
né? Eu leio vários textos sobre o assunto e assisto a vários vídeos, isso me
ajuda muito. Sem esquecer o feminismo, que ajuda muita gente por aí. Eu também cortei o meu cabelo, agora ele tá natural e isso tá me ajudando pra caramba.
Às vezes
temos que "cagar" para certos comentários e muitos deles vem de
pessoas próximas. Se amem incondicionalmente. Respeitem o próximo para serem
respeitados. E uma frase que eu gosto muito é: "Admire a beleza do
outro sem questionar a sua." Preciso dizer mais alguma coisa? Essa
frase já diz tudo.
Me contem
um pouco sobre vocês, se já passaram por algo assim. Quero saber!
Obrigada
quem leu até o fim, esse é mais um post pessoal que eu precisava compartilhar!
Beijos.